Um CFO também chora

Somos realmente os corações de tijolo da gestão moderna. Os números sempre primeiro. O valor acionista acima de tudo o resto.

Aquela mania de trazer a frieza da guerra para as decisões do dia-a-dia. Aquela inquietação com a mediocridade e com a incapacidade de decidir. Aquele “arder interior” com as decisões que não se tomam, com a atitude procrastinadora, com a ausência de rumo.

Hoje, uma pessoa leal, que me acompanhou três anos, fez 64 anos. 64 ? Já ? Passou pelas passas do Algarve. Sorrimos, quase chorámos momentos de aflição profissional, com uma pressão que nem conseguimos desenhar a esta scroll generation e à nossa pseudo-elite saltitante.

Rimo-nos, hoje, para dentro, seguramente, de quão preocupados éramos com tudo o que se passava. Dos muitos anos que envelhecemos por cada ano que passava.

Sim, tínhamos por vezes um coração de tijolo. Às vezes, para que os outros pudessem continuar a fazer a sua festa.