Tenho um certo perfil de ovelha negra ou tresmalhada
Há quase 20 anos, passei parte do meu tempo a desenvolver um plano de contingência para a então gripe “das aves”. Depois de muito caminhar, encontrámos não mais do que um par de organizações que levavam o tema a sério.
Por cá, a rapaziada ria dos malucos que estavam a fazer planos. Pensámos em mil estratégias de contenção e mitigação. Procurámos máscaras e remédios. Imaginámos piores cenários para uma organização que não podia parar.
Depois, a pandemia aconteceu, com impactos contidos, em muito, porque o mundo se tinha preparado. Creio que morreram 10.000 pessoas desse surto no mundo inteiro.
É certo que este não é um tema para treinadores de bancada, amadores ou gente de comentário fácil.
Ainda assim, rejeito o alarmismo desproporcionado criado à nossa volta. E saliento a impressionante a diferença entre o comportamento equilibrado e maduro que a grande maioria de portugueses comuns revela e o anátema que uma comunicação social falida e um conjunto de políticos impreparados lançaram a propósito deste vírus.
Comecemos por lavar as mãos, arranjar álcool e evitar a beijoca da prache. Diz quem sabe que isso contribui mais para resolver o problema do que as parangonas sensacionalistas de que esta gente parece viver.