Tempo Remunerado, Tempo de Investimento e a Lógica do “Bar Aberto”

Um bom amigo costuma dizer que a única coisa que ao humano compete decidir, é a variável Tempo: em que investimos o nosso tempo, como o consumimos, o que consideramos tempo bem gasto.

Uma velha amiga costumava dizer, irritada com a minha conjuntural falta de pontualidade, “Desculpa lá, mas o meu tempo não é menos importante do que o teu”.

De entre as muitas pessoas que fomos encontrando nestes 26 anos de vida profissional, parece-nos que há, no extremo, dois perfis fundamentais:

– Aquelas que incorporam permanentemente o tempo como uma variável fundamental na sua vida.
– Aquelas para quem o tempo é uma variável secundária, ou que têm uma perspetiva temporal que é só delas. Para estas, o tempo não corre à mesma velocidade.

Existem contextos profissionais em que um e outro perfil podem ter mais sucesso.

Se é importante crescer, inovar, os guardiões do tempo devem ser controlados. Let loose. Se é importante controlar, melhorar de forma mais contínua ou recuperar, talvez lhes devamos dar mais palco.

Perante o cenário de competitividade atual, há no entanto uma ideia da qual cada vez mais me convenço: o stress também é proporcional à quantidade de tempo não remunerado.

O tempo não remunerado tem que existir, faz parte de um ciclo de investir em coisas novas, mas não pode tornar-se endémico.

Gastar tempo em clientes que não compreendem, não valorizam ou não querem ser ajudados, é meio caminho para nos destruirmos e destruirmos quem nos rodeia.

Cuidado com a lógica do “Bar aberto”. E com os clientes tóxicos.

Regra de ouro neste espaço: escreve-se sobre tendências há muito observadas, não sobre pessoas, casas ou acontecimentos específicos.