Fire your gurus

Guardo duas memórias vivas do mundo dos negócios.

A primeira é a de uma escola de “grandes” gestores, entre comunicações, banca e consultoria. Eram de comunicação impactante, sempre com as coisas certas para dizer. Criavam uma imagem de excelência de si próprios e vendiam-na às formigas de serviço, que lá iam fazendo trabalho por ambos. Gente cheia de si, mas vazia de quase tudo o que valorizo. Acabaram quase todos com a pseudo-reputação arrasada.

Depois (2a memória), não eram só vazios de conteúdo. Eram também vazios de ética. Chamavam a si os louros, desapareciam nos dias difíceis. E a vida que tinha que ser espartana era a dos outros.

O que a vida me ensinou foram duas coisas: 1) que não é possível manter esta fachada para sempre e um dia o martelo da verdade cai sobre as suas cabeças. 2) que novos gurus cheios de espalhafato e vazios de tudo o que interessa estão sempre à espreita, para cavalgarem em cima de mais uma década de mitos e logros. Não haja dúvidas: eles andam por aí.

Que sorte tenho em ter à minha volta gente de trabalho sério, que como diriam os brasileiros, não “papam-grupos” destes. E que lá vai gerando, quase por carolice, o seu ganha-pão. Pagando por si e, muitas vezes, pelos outros. Às vezes, a fatura que um qualquer guru deixou por aí.