E tu? Queres estatuto e conforto ou queres fazer coisas?

Passei, nos últimos 26 anos, várias vezes por este dilema de carreira.

Quando tinha 32 anos, fui 4 anos CFO de uma empresa incrível, entre as melhores do Mundo da sua área. Tinha estatuto, uma equipa maravilhosa e chefes e pares desafiantes e exigentes, que me ajudaram a crescer de uma forma que não esqueço.

Compreendi também que o meu desafio estava esgotado e mudei para os antípodas. Larguei o conforto e o estatuto de uma empresa super robusta com licenciados e mestres, para algo que me obrigou a reinventar-me de forma radical.

Depois tive 3 anos duríssimos a tentar pôr no verde uma ótima empresa com imensos problemas. Foi incrívelmente compensador, pelo menos do ponto de vista da aprendizagem. E da humildade.
Conheci a indústria e o retalho. Recebi grandes lições de vida e de profissionalismo de pessoas com muito menos formação. Era “o Dr.” mas tentei portar-me como um deles.

Depois entrei nos serviços profissionais. Aprendi a conviver com ideias diferentes e a tolerar ideias opostas. Nalguns dias, senti-me um extraterrestre. E aprofundei-me na tecnologia, a da vida real, não a das web summits e dos eventos fashion.

Vivo agora um 4o ciclo, em que acompanho mais de 10 setores de atividade diferentes. Vida real de PME que tentam fazer pela vida, apesar do nosso querido estado asfixiante de impostos.

Ao cabo destes 4 ciclos, penso ter uma só certeza. Se não tivesse arriscado, seria hoje uma sombra do profissional que sou.

Quando olho para muitos daqueles com que me cruzei e cruzo nestes 26 anos, sinto uma enorme pena que muitos deles não tenham tentado algo de parecido, antes do Outono da vida profissional lhes bater à porta.

Por isso, uma sugestão de Verão:

“CRUSH YOUR CONFORT ZONE!”

Não é sobre nada, nem ninguém, é sobre todos e sobre tudo. E é sobre o padrão de muitos de nós passarmos ao lado do nosso potencial.